Decidi partilhar convosco uma história original que ando a escrever. Relata a vida em primeira pessoa de uma rapariga de 16 anos chamada Sofia que vive na rua arruinada pelas drogas e em constante fuga das instituições que tentam dar-lhe um lar seguro e reabilitação. No entanto numa dessas vezes onde é reencaminhada para uma instituição não demora muito a aperceber-se da dificuldade que terá em adaptar-se a este novo sistema onde as pessoas a tratam abaixo de cão. Pela primeira vez encontra-se realmente sozinha sem ninguém com quem contar. A pergunta impõem-se como irá escapar desta vez?
Estou a pensar postar no mínimo um capítulo por semana consoante aquilo que já tiver escrito.
Todas as personagens e o enredo da história são originais.
Avisos - contem conteúdo sobre Drogas, Estupro e Linguagem Imprópria. Se não gostas de ler sobre este tipo de temas não leias esta história. Os ambientes descritos são fictícios qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.
Espero que apreciem ☺
Estou a pensar postar no mínimo um capítulo por semana consoante aquilo que já tiver escrito.
Todas as personagens e o enredo da história são originais.
Avisos - contem conteúdo sobre Drogas, Estupro e Linguagem Imprópria. Se não gostas de ler sobre este tipo de temas não leias esta história. Os ambientes descritos são fictícios qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.
Espero que apreciem ☺
O meu nome é Sofia e era uma das filhas da rua que passava a vida em fuga. Fugia da polícia por roubar supermercados e não querer ir parar a mais uma instituição onde prometiam tratar do meu “problema comportamental”. Faziam-me sessões de terapia sem nexo nenhum. Além de que consumia haxixe. A vida era dura, mas eu preferia assim. Por isso, à primeira oportunidade, fugia. Não é que não quisesse e não achasse que precisava de ajuda, mas tudo aquilo a que me submetiam parecia-me totalmente ridículo. Contudo, agora que penso melhor, todas essas instituições eram milhões de vezes preferíveis àquilo que tive de passar depois.
Apanharam-me em Espanha enquanto comprava droga, e, depois de vasculharem o meu “dossiê dos pecados” (como eu lhe gosto de chamar), que é na verdade é o meu registo criminal, transferiram-me para o “Reformatório da Juventude”. Já era de madrugada, e, talvez por isso, limitaram-se a confiscar as minhas coisas e a empurrar-me para uma cela com apenas um beliche, uma sanita sem tampa, um bidé, e uma mesinha de cabeceira presa ao chão. Era certamente melhor do que dormir num banco de um parque, mas não ver o “meu” céu nocturno deixava-me doente. A minha companheira de cela já estava a dormir no beliche de baixo e eu subi para o de cima. Estava agitada, começava a questionar como sair dali, porém passado um tempo adormeci.
Acordei sobressaltada com o som de um alarme irritante, e a minha “querida” companheira de quarto aos berros.
– Porra! Que porcaria, não sabem pôr isso mais baixo!? É todos os dias a mesma porcaria. Seus filhos da truta!
Inclinei-me na cama para a ver. Era uma rapariga ruiva de cabelo ondulado e pele morena. Devia ser sensivelmente mais alta que eu. Notavam-se os ossos salientes que lhe concediam uma estrutura frágil. Devia estar a ressacar porque tinha as pupilas super dilatadas…
– Olá – tentei sorrir.
– Que queres, miúda? Não me venhas com tretas porque eu não estou com paciência nenhuma para te ouvir.
Boa! Só me faltava esta. Como também não queria irritar-me, ignorei-a.
Não sabia bem como funcionavam as coisas ali dentro e, como não tinha intenção de lá ficar por muito mais tempo, nem me dei ao trabalho de vestir o uniforme azulado e peganhento pendurado no beliche. Saltei da cama e lavei a cara no bidé sujo de sangue seco. Tive de esperar uns minutos para que a água saísse transparente.
Entretanto as portas abriram-se automaticamente e a gritaria invadiu todo o edifício. A minha colega de cela saiu e eu segui-a. Metemo-nos numa fila que dava a volta ao corredor. Olhei em redor e havia cerca de 300 celas em quatro pisos, o nosso sendo o terceiro. Seguiram-se as inspecções e seis polícias encarregaram-se de certificar se estava tudo em ordem no piso. Claro, eu não estava em ordem: ainda tinha vestida a minha camisola preta, as calças justas e as botas de tacão alto. Uma polícia parou à minha frente.
– Mas o que vem a ser isto? Achas que estamos numa casa de prostitutas? Não viste a farda lá dentro?!
Nem deu tempo para responder: pegou-me no pulso e arrastou-me até um compartimento sem janelas; senti o olhar de todas as raparigas cravado em mim. Olhavam desinteressadas, quase que as ouvia dizer “Lá vai mais uma”, sabendo exactamente o que me ia acontecer. A polícia deitou-me numa cama, prendeu-me os braços e as pernas e saiu da sala. No local havia uma mesa de metal com material que supus ser de enfermagem e atrás da porta estavam penduradas batas brancas. Achei que me iam fazer qualquer tipo de tratamento mental e tive medo do que ia acontecer. Nos outros sítios eram atenciosos comigo e tinham paciência para as minhas provocações, mas ali era completamente diferente. O ambiente era aterrador. Tentei desprender-me, mas não conseguia. “Ai! Mas por que não vesti logo o raio da farda”, pensei. “Ao menos conseguia passar despercebida…” De repente a porta abriu se e entraram duas polícias.
– Ora, ora, ora, mas o que temos aqui? Mais uma galdéria que deve achar-se diferente das outras todas.
– Pindérica! – cuspiu-me a outra na cara
– Não tiraste esses trapos enquanto podias, agora vai a mal, minha querida – disse com ironia e um sorriso maldoso
Desatei aos berros, enquanto tentava bater com os pés e os braços. Contorcia-me toda, mas era impossível sair dali. Elas riram-se e gozaram comigo. Aproximaram-se de mim e enquanto uma me segurava as pernas a outra baixava-me as calças. O meu coração disparou, quase que me saltava do peito. Agora tinha a certeza do que ia acontecer a seguir. Que horror! Não sabia como me ia safar àquela. Só conseguia gritar e chorava baba e ranho; porém pedia ajuda e debatia-me com todas as minhas forças. Senti que tudo em redor estava prestes a desabar. Uma força inacreditavelmente forte invadiu o meu corpo, talvez fosse o meu instinto de sobrevivência, mas nada era suficiente para parar aquelas duas. Uma delas tirou da mesa uma chave de fendas. Ameaçavam-me e beliscavam-me. Contraí os músculos e vomitei para cima da maca. As duas trocavam olhares e risinhos, estavam-se borrifando para a minha situação. Quando aproximaram a ferramenta perto de mim ouviu-se outra sirene, ainda mais irritante. As duas olharam-se desanimadas, recompuseram-se e saíram da sala a correr. Deixaram-me sozinha. Não podia acreditar! Estava aliviada, mas não sabia se iam voltar. Tentei acalmar-me, respirei fundo e pensei numa forma de sair dali. Comecei a abanar a cama com esforço e ela foi-se arrastando até à mesa, era a minha única chance. Dei-lhe alguns encontrões e o “material de enfermagem” caiu-me todo em cima devo ter ficado inconsciente porque não me lembro de mais nada…
Apanharam-me em Espanha enquanto comprava droga, e, depois de vasculharem o meu “dossiê dos pecados” (como eu lhe gosto de chamar), que é na verdade é o meu registo criminal, transferiram-me para o “Reformatório da Juventude”. Já era de madrugada, e, talvez por isso, limitaram-se a confiscar as minhas coisas e a empurrar-me para uma cela com apenas um beliche, uma sanita sem tampa, um bidé, e uma mesinha de cabeceira presa ao chão. Era certamente melhor do que dormir num banco de um parque, mas não ver o “meu” céu nocturno deixava-me doente. A minha companheira de cela já estava a dormir no beliche de baixo e eu subi para o de cima. Estava agitada, começava a questionar como sair dali, porém passado um tempo adormeci.
Acordei sobressaltada com o som de um alarme irritante, e a minha “querida” companheira de quarto aos berros.
– Porra! Que porcaria, não sabem pôr isso mais baixo!? É todos os dias a mesma porcaria. Seus filhos da truta!
Inclinei-me na cama para a ver. Era uma rapariga ruiva de cabelo ondulado e pele morena. Devia ser sensivelmente mais alta que eu. Notavam-se os ossos salientes que lhe concediam uma estrutura frágil. Devia estar a ressacar porque tinha as pupilas super dilatadas…
– Olá – tentei sorrir.
– Que queres, miúda? Não me venhas com tretas porque eu não estou com paciência nenhuma para te ouvir.
Boa! Só me faltava esta. Como também não queria irritar-me, ignorei-a.
Não sabia bem como funcionavam as coisas ali dentro e, como não tinha intenção de lá ficar por muito mais tempo, nem me dei ao trabalho de vestir o uniforme azulado e peganhento pendurado no beliche. Saltei da cama e lavei a cara no bidé sujo de sangue seco. Tive de esperar uns minutos para que a água saísse transparente.
Entretanto as portas abriram-se automaticamente e a gritaria invadiu todo o edifício. A minha colega de cela saiu e eu segui-a. Metemo-nos numa fila que dava a volta ao corredor. Olhei em redor e havia cerca de 300 celas em quatro pisos, o nosso sendo o terceiro. Seguiram-se as inspecções e seis polícias encarregaram-se de certificar se estava tudo em ordem no piso. Claro, eu não estava em ordem: ainda tinha vestida a minha camisola preta, as calças justas e as botas de tacão alto. Uma polícia parou à minha frente.
– Mas o que vem a ser isto? Achas que estamos numa casa de prostitutas? Não viste a farda lá dentro?!
Nem deu tempo para responder: pegou-me no pulso e arrastou-me até um compartimento sem janelas; senti o olhar de todas as raparigas cravado em mim. Olhavam desinteressadas, quase que as ouvia dizer “Lá vai mais uma”, sabendo exactamente o que me ia acontecer. A polícia deitou-me numa cama, prendeu-me os braços e as pernas e saiu da sala. No local havia uma mesa de metal com material que supus ser de enfermagem e atrás da porta estavam penduradas batas brancas. Achei que me iam fazer qualquer tipo de tratamento mental e tive medo do que ia acontecer. Nos outros sítios eram atenciosos comigo e tinham paciência para as minhas provocações, mas ali era completamente diferente. O ambiente era aterrador. Tentei desprender-me, mas não conseguia. “Ai! Mas por que não vesti logo o raio da farda”, pensei. “Ao menos conseguia passar despercebida…” De repente a porta abriu se e entraram duas polícias.
– Ora, ora, ora, mas o que temos aqui? Mais uma galdéria que deve achar-se diferente das outras todas.
– Pindérica! – cuspiu-me a outra na cara
– Não tiraste esses trapos enquanto podias, agora vai a mal, minha querida – disse com ironia e um sorriso maldoso
Desatei aos berros, enquanto tentava bater com os pés e os braços. Contorcia-me toda, mas era impossível sair dali. Elas riram-se e gozaram comigo. Aproximaram-se de mim e enquanto uma me segurava as pernas a outra baixava-me as calças. O meu coração disparou, quase que me saltava do peito. Agora tinha a certeza do que ia acontecer a seguir. Que horror! Não sabia como me ia safar àquela. Só conseguia gritar e chorava baba e ranho; porém pedia ajuda e debatia-me com todas as minhas forças. Senti que tudo em redor estava prestes a desabar. Uma força inacreditavelmente forte invadiu o meu corpo, talvez fosse o meu instinto de sobrevivência, mas nada era suficiente para parar aquelas duas. Uma delas tirou da mesa uma chave de fendas. Ameaçavam-me e beliscavam-me. Contraí os músculos e vomitei para cima da maca. As duas trocavam olhares e risinhos, estavam-se borrifando para a minha situação. Quando aproximaram a ferramenta perto de mim ouviu-se outra sirene, ainda mais irritante. As duas olharam-se desanimadas, recompuseram-se e saíram da sala a correr. Deixaram-me sozinha. Não podia acreditar! Estava aliviada, mas não sabia se iam voltar. Tentei acalmar-me, respirei fundo e pensei numa forma de sair dali. Comecei a abanar a cama com esforço e ela foi-se arrastando até à mesa, era a minha única chance. Dei-lhe alguns encontrões e o “material de enfermagem” caiu-me todo em cima devo ter ficado inconsciente porque não me lembro de mais nada…